Maníaco do Parque: O Sedutor que Escondeu um Monstro
De aparência comum, era descrito como carismático, gentil e tranquilo — um verdadeiro “camaleão social”.

Mas por trás do rosto amigável, havia um predador frio, meticuloso e manipulador.

Quem era Francisco de Assis Pereira?

Conhecido como "Maníaco do Parque", Francisco nasceu em 1967, em São Paulo. Ele levava uma vida aparentemente comum, trabalhava como motoboy e pizzaiolo. Carismático e educado, usava sua aparência inofensiva para manipular e atrair suas vítimas. Por trás disso, escondia-se um dos maiores predadores sexuais da história criminal brasileira.

O plano cruel

Entre 1997 e 1998, Francisco arquitetou um plano para estuprar e matar mulheres em série. Ele se passava por olheiro de agência de modelos, oferecendo falsas oportunidades de trabalho a mulheres jovens e vaidosas, geralmente com perfis compatíveis com o mundo da moda.


Ele abordava as vítimas principalmente em locais movimentados da capital paulista, como a Avenida Paulista, shoppings e terminais de ônibus. Após ganhar a confiança delas, ele as convencia a acompanhá-lo até o Parque do Estado, na Zona Sul de São Paulo, com a desculpa de tirar fotos em meio à natureza — como parte de um suposto “book profissional”.

Modus operandi

O padrão do crime chocou a polícia e a sociedade:


Abordagem simpática e persuasiva: Francisco falava com suavidade, elogiava as vítimas e prometia carreira.


Levada até o parque: Usava ônibus ou levava as mulheres em sua moto até o Parque do Estado.


Estupro e assassinato: Após caminhar até áreas isoladas do parque, ele as estuprava. Em seguida, usava cordas ou peças de roupa para estrangulá-las. Algumas vítimas também apresentavam sinais de espancamento.


ossada das vítimas do Maníaco do Parque (google imagens)

Abandono dos corpos: Após matar, abandonava os corpos parcialmente despidos no matagal.

As vítimas e a sobrevivente

Francisco confessou ter matado pelo menos 10 mulheres e estuprado outras 9. As investigações chegaram a apontar até 18 assassinatos com perfil semelhante. Suas vítimas tinham entre 16 e 29 anos, em sua maioria mulheres humildes, sonhadoras e seduzidas pela promessa de fama.

Uma das vítimas conseguiu escapar e foi fundamental para o avanço da investigação. Ela relatou com precisão o modo como foi abordada, levada e abusada. Com sua descrição e retrato falado, a polícia conseguiu identificar Francisco e ligá-lo a outros crimes semelhantes.

Prisão e confissão

O caso ganhou repercussão nacional. Francisco de Assis fugiu para o Nordeste, sendo capturado dias depois em Salvador, Bahia, em agosto de 1998. Ele estava escondido na casa de uma mulher com quem se envolveu, também enganada por seu carisma.

Ao ser preso, confessou os crimes com frieza, demonstrando ausência de remorso. A população ficou chocada com o comportamento calculista e a naturalidade com que falava sobre os assassinatos.

Julgamento e sentença

Francisco foi indiciado por:


10 homicídios qualificados


9 estupros


Tentativas de homicídio


Ocultação de cadáver


Em 2000, foi condenado a 268 anos de prisão. Como o sistema penal brasileiro limita a pena em regime fechado a 30 anos (na época), essa foi a sentença máxima aplicada. Atualmente, Francisco cumpre pena na Penitenciária de Taubaté (SP), onde já sofreu agressões e tentativas de assassinato por outros detentos.

Perfil psicológico

Exames psiquiátricos revelaram traços de psicopatia, narcisismo extremo e desvio sexual sádico. Apesar disso, foi considerado capaz de compreender seus atos, o que inviabilizou uma possível internação psiquiátrica. Ele tentou se passar por doente mental, mas o laudo foi conclusivo: ele era plenamente consciente e responsável.

Impacto e cultura

O caso foi retratado em:


Reportagens da Globo, Record, SBT e revistas como Veja e IstoÉ


Documentários como Investigação Criminal (Netflix e Amazon)


Livros de criminologia e perfis de serial killers brasileiros


O “Maníaco do Parque” tornou-se símbolo do uso da sedução como arma criminosa e da fragilidade da sociedade diante de psicopatas que se passam por pessoas comuns.

Lições do Caso

Perfis psicopatas podem ser altamente funcionais e encantadores.
Francisco de Assis Pereira não parecia ameaçador: era educado, bem-apessoado e articulado. Essa fachada permitiu que enganasse muitas vítimas — mostrando que psicopatas nem sempre apresentam comportamento “estranho” ou isolado.


Redes sociais e promessas de fama ainda são usadas como iscas para crimes.
O golpe do “book fotográfico” simula até hoje em muitos casos reais promessas de fama ou ascensão profissional, principalmente para mulheres jovens. A internet apenas ampliou esse alcance.


Mulheres jovens continuam sendo o alvo principal de predadores sexuais.
As vítimas do Maníaco do Parque estavam quase sempre em busca de oportunidades, vulneráveis ao discurso sedutor. O caso é um alerta duradouro sobre como a sociedade ainda falha na proteção de jovens em situação de risco.


A mídia teve papel central na pressão por justiça.
A intensa cobertura jornalística — de jornais à televisão — foi fundamental para mobilizar a opinião pública, pressionar autoridades e dar visibilidade às vítimas, contribuindo para a identificação do assassino.

Reflexão

O caso nos lembra de que o perigo pode vir disfarçado de gentileza. Francisco usou o sonho de mulheres em ascensão para executar um plano macabro. É um alerta sobre confiança cega, promessas sedutoras e o preço da vulnerabilidade em uma sociedade marcada pela violência de gênero.


O caso do Maníaco do Parque não é apenas mais uma história de horror — ele é um alerta. Um lembrete de que nem sempre o perigo se apresenta com violência imediata. Às vezes, ele sorri, elogia e oferece uma oportunidade.

Francisco de Assis Pereira foi responsável por um dos maiores e mais cruéis massacres individuais da história do Brasil. Mesmo mais de 25 anos depois, seu nome ainda causa pavor.



Data Evento
1997 Mulheres começam a desaparecer após encontros com um suposto fotógrafo em São Paulo.
Julho de 1998 Primeiros corpos são encontrados no Parque do Estado, zona sul de SP.
3 de Agosto de 1998 Francisco de Assis Pereira é preso tentando fugir para o sul do Brasil.
1998–2000 Processos e perícias revelam traços psicopáticos e necrófilos no acusado.
2000 Condenado a 268 anos de prisão por assassinatos, estupros e ocultação de cadáver.


Quem foi o Maníaco do Parque?
Francisco de Assis Pereira era um ex-motoboy e aspirante a modelo. Ele se passava por fotógrafo de revistas para atrair mulheres jovens com promessas falsas de ensaios.

Onde ele cometia os crimes?
Os assassinatos ocorreram principalmente no Parque do Estado, uma área de mata na zona sul de São Paulo.

Como ele atraía as vítimas?
Usava anúncios, conversas em locais públicos e promessas de sucesso profissional. As convencia a acompanhá-lo até áreas isoladas, onde as violentava e matava.

Ele foi considerado doente mental?
Não. Laudos apontaram que ele era psicopata, mas com plena consciência dos atos. Portanto, foi julgado como penalmente responsável.

Qual foi a sentença?
Francisco foi condenado a mais de 268 anos de prisão por crimes como homicídio, estupro e ocultação de cadáver. Cumpre pena em regime fechado.





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